
Carolina Beatriz Angelo
Nascimento: 16 de abril de 1878
Falecimento: 3 de outubro de 1911
Nacionalidade: Portuguesa
Carolina Beatriz Ângelo, foi a primeira mulher em Portugal a adquirir o voto nas eleições. Com isto, tornou-se revolucionária no sufrágio feminino em Portugal, sendo uma das pioneiras no processo do direito ao voto a todas as mulheres.
Nasceu na Guarda e formou-se em medicina em 1902. No mesmo ano casou com o primo Januário Barret, com quem partilhou uma profissão e ideais republicanos. Foi pioneira da prática cirúrgica em Portugal e especializou-se em ginecologia.
Em linha com os ideais feministas e republicanos, em 1906 integrou a comissão portuguesa da associação feminina francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes, associação que procurava resolver conflitos internacionais exclusivamente através da arbitragem feminina. Em 1907, já claramente associada aos círculos republicanos de Lisboa, Carolina Beatriz foi iniciada na Loja da Humanidade, da qual se tornou venerada.
Juntamente com outras companheiras de luta, formou o quarteto dirigente desta ala feminina da Maçonaria em Portugal, grupo este que se tornou a elite de um certo feminismo republicano, nem sempre encontrando eco no republicanismo português dominado por homens com pouca sensibilidade para reivindicações feministas, então em pleno desenvolvimento não só em Portugal, mas em todo o mundo ocidental.
Já a 5 de Outubro, Carolina Beatriz, líder da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, encontrou nas primeiras eleições de 1911 uma oportunidade para conciliar as suas ideias sufragistas com o regime republicano e ao abrigo da atual lei eleitoral, que assumia que era o direito dos portugueses maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família, e após a disputa com o poder político, favoravelmente resolvida em tribunal, conseguiu inscrever o seu nome nos cadernos eleitorais.
A 28 de maio de 1911, Carolina Beatriz, foi a primeira portuguesa a votar nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que mereceu a cobertura jornalística de toda a Europa, admirada pela coragem desta mulher e pela evidente direção progressista da recém-criada república portuguesa.
Falecida alguns meses depois, em 3 de outubro, ela nunca presenciou as mudanças na lei eleitoral que gradualmente permitiram que as mulheres votassem até que todas as restrições fossem levantadas, o que só foi alcançado após o 25 de abril de 1974.
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