Adelaide Cabete

Nome: Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabette

Nascimento: 25 de janeiro de 1867

Falecimento: 14 de setembro de 1935

Nacionalidade: Portuguesa

Adelaide Cabete foi uma das principais feministas portuguesas do século XX. Esta foi uma republicana convicta, foi médica obstetra, ginecologista, professora, maçom, autora, benemérita, pacifista, abolicionista, defensora dos animais e humanista.

Adelaide Cabete, nasceu a 25 de janeiro de 1867 em Alcáçova, era filha de Ezequiel Duarte Brazão, natural da mesma localidade, e de Balbina dos Remédios Damas, natural de Vila Boim, ambos de origens humildes e trabalhadores rurais. Muito cedo ficou órfã de pai e teve de trabalhar para sobreviver, ajudando a sua mãe na apanha e secagem da ameixa assim como em outras atividades domésticas, nomeadamente em casas de famílias ricas de Elvas, o que a impediu de frequentar a escola primária. Contudo, e apesar das dificuldades, aprendeu a ler e escrever de forma autodidata.

Por isso só iniciou estudos depois de casar com Manuel Ramos Fernandes Cabete, um sargento, explicador de latim e grego, que a incentivou e acompanhou naquele propósito. Aos 23 anos fez o exame da instrução primária e concluiu, aos 33 anos, a licenciatura em Medicina da Escola Médico-Cirurgica de Lisboa, com a tese A Proteção às Mulheres Grávidas Pobres.

Como médica, distinguiu-se no apoio às mulheres grávidas, na divulgação dos cuidados materno-infantis (puericultura) e no combate ao alcoolismo, publicando sobre o assunto a obra Papel que o Estudo da Puericultura, da Higiene Feminina, etc. Deve Desempenhar no Ensino Doméstico, Protecção à Mulher Grávida e A Luta Anti-Alcoólica nas Escolas. Foi professora de Higiene no Instituto Feminino de Odivelas.

Como republicana e feminista, desenvolveu intensa atividade militante a favor do estabelecimento daquele regime político e pela dignificação do estatuto da mulher. Colaborou na imprensa feminista da época e, designadamente, na revista Alma Feminina, que também dirigiu. Por isso promoveu os primeiros congressos abolicionistas da prostituição, participou na fundação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e das Ligas da Bondade. Foi Presidente da Cruzada Nacional das Mulheres Portuguesas e colaborou também na organização do 1º Congresso Feminista e de Educação. Adelaide ainda participou no Congresso Feminista de Gant e representou o governo português no 1º Congresso Feminista Internacional que decorreu em Itália.

Desiludida com a nova situação política do país resultante da imposição da ditadura do Estado Novo, partiu para Angola, onde se dedicou sobretudo à medicina.

Iniciada maçona na loja Humanidade , como o nome simbólico de Louise Michel, manteve-se sempre ligada àquela oficina, quer no período em que a loja esteve ligada ao Grande Oriente Lusitano Unido, quer quando se tornou independente, quer ainda quando aderiu à Maçonaria do Direito Humano. Foi Venerável da loja durante vários anos e Grã-Mestra do Areópago Teixeira Simões (1926).

Em 1934, ficou gravemente ferida num acidente com uma arma de fogo. Pouco tempo depois, com 67 anos de idade e ainda com a saúde bastante debilitada, decidiu voltar a Lisboa, onde poderia ter melhores condições para recuperar e ter acesso a outros tratamentos. Contudo, sofreu uma queda onde partiu uma perna, piorando o seu estado.

Um ano depois, Adelaide Cabete faleceu a 14 de setembro de 1935, em Lisboa, na casa que possuía situada no Largo Dr. Afonso Pena, na freguesia de São Sebastião da Pedreira. Encontra-se sepultada no Cemitério do Alto de São João em Lisboa.

Curiosidades

- Adelaide Cabete foi órfã de pai muito cedo o que a impediu de frequentar a escola

- Adelaide casa com apenas 18 anos de onde não nasce nenhum filho

- Manuel Cabete vendeu as suas propriedades para suportar os estudos da mulher

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